O carnaval chegou ao fim, os novos calouros se preparam para o início da faculdade e os estudantes do terceiro… [ … ]
16 de fevereiro de 2018
O carnaval chegou ao fim, os novos calouros se preparam para o início da faculdade e os estudantes do terceiro ano do ensino médio, ou que ainda não passaram no vestibular, já devem começar a planejar os estudos. Pouco mais de 260 dias separam esta semana e o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2018), o que equivale a 37 semanas.
Isso é tempo suficiente para estudar todo o conteúdo que cai no exame? Segundo especialistas, sim, mas só para quem realmente quer dedicar o seu tempo à preparação. Eles também ressaltam que não há fórmulas prontas e que o rendimento também depende de uma boa dose de autoconhecimento de cada estudante.
Para dar dicas de planejamento e outros truques de estudos, o G1consultou os seguintes professores:
De acordo com eles, os estudantes interessados em dedicar o ano de 2018 ao vestibular devem separar entre dois e três dias para realizar um planejamento detalhado. A dica é ainda mais preciosa para quem decidiu não se matricular em um cursinho e, por isso, não vai poder depender do planejamento de aulas dos professores.
“Se for um aluno de um curso regular, que acompanhe regularmente o curso. Se for um aluno que faz um curso virtual, ou estuda por conta própria, ele precisa pegar essas 37 semanas, olhar todos os conteúdos, e tirar uns dois ou três dias só para organizar um planejamento”, explicou Fabrício Cortezi, do pH.
Isso inclui organizar um cronograma de estudos, definindo quando cada matéria exigida no Enem deverá ser estudada. A dica é a mesma usada pelos coordenadores de colégios e cursinhos: dividir a carga horária semanal em períodos e intercalar neles cada disciplina.
Alguns critérios devem ser levados em conta nesse planejamento:
Quem não está mais no colégio e não tem um cursinho para onde ir precisa também organizar um espaço de estudos. No caso de quem não tem um quarto só para si em casa, quem mora com famílias numerosas ou prefere não misturar o espaço pessoal com o espaço de estudos, bibliotecas públicas podem ser uma solução.
“Quando estabelece isso, você cria uma rotina”, diz Cortezi. “Estudar todo dia de 14h às 18h, em casa enrola um pouco, começa depois, acaba um pouco antes. Quando vai ao local específico de estudos você tem um horário.”
Para Motta, do Etapa, só os estudantes muito capazes de se concentrar podem se dar ao luxo de estudar em qualquer espaço. Os demais devem se esforçar para encontrar um local que possam considerar exclusivamente o seu “canto de estudos”.
Confira as dicas:
Os horários específicos vão depender de cada estudante. “É um pouco de autoconhecimento”, diz Cortezi. “Tem gente que rende mais de manhã, tem gente que rende mais estudando de madrugada.”
Independente disso, é preciso estudar todos dias. Isso não significa usar todas as horas livres de todos os dias da semana, mas criar uma rotina em que, mesmo aos domingos, o estudante esteja realizando alguma atividade voltada ao vestibular.
Edmilson Motta afirma que o número de folgas semanais deve ser de no máximo uma. “É bom folgar um dia, mas não dois”, disse ele, sugerindo que, aos domingos, os candidatos aproveitem para ler o noticiário, buscando “resumos de notícia que acabam ajudando e não pesam muito, não cansa”.
“O sábado tem que ser um dia ‘livre’ entre aspas: é um dia para complementar aquilo que ficou faltando durante a semana”, explica Cortezi, do pH. “No domingo, a recomendação é acordar de manhã, fazer a redação e beleza, você está livre para fazer coisas que não são diretamente estudar, como ler uma revista de atualidades, assistir a algum filme que possa ajudar no conhecimento. Sempre atividades relacionadas ao vestibular, mas que descansam.”
Veja as principais dicas:
Com o local e o cronograma prontos, o próprio passo é decidir o quê estudar. Nessa questão, Edmilson Motta faz um alerta: o material didático deve ser o mais completo, mas simplificado, possível. “Se você vai estudar sozinho, um ponto fundamental é pelo menos ter um material para se guiar. Quanto menor esse conjunto de material, mais prático é. Se você vai pegar um livro de cada disciplina, de cada matéria, de cada ano, fica uma quantidade muito grande de páginas”, explica ele.
O ideal é conseguir a coleção completa dos materiais didáticos feitos por colégios ou cursinhos. “Você consegue comprar em sebo ou na internet”, disse ele, afirmando que, sempre que possível, os estudantes interessados no Enem devem privilegiar o material didático feito para o próprio exame.
“Isso já torna mais fácil o equilíbrio dos conteúdos, senão a pessoa tem que organizar isso sozinha. Por exemplo, em matemática no Enem não cai matrizes, mas cai muito variáveis e proporcionais. Em história, o foco é história do Brasil, em linguagens, é texto, não tem muita literatura. Se esse material de base já refletir isso, organiza um pouco a sua vida.”
Anote as recomendações:
Os especialistas recomendam que os estudos sigam a seguinte rotina: leitura e anotações da teoria seguidas de exercícios práticos para aplicar o que foi aprendido. A diferença entre o estudo por conta própria e da aula é a falta de um professor para guiar o aprendizado, mas videoaulas podem minimizar um pouco essa ausência.
Motta afirma que, antes de começar a ler sobre um tema, o estudante pode procurar alguma videoaula curta sobre o assunto, para já ganhar uma visão geral. As videoaulas também podem ser uma boa opção para tirar dúvidas.
Cortezi, do pH, lembra que nem tudo na internet é conteúdo de qualidade. “É bacana procurar outras fontes. Só tem que tomar cuidado com a fonte do que estão vendo. Vale sempre procurar uma fonte confiável, alguém que indique uma fonte confiável.”
G1